O mundo vem passando por profundas transformações. Antigos conceitos são deixados para trás e novas formas de ver o presente de delineiam à nossa frente. E diante disso tudo, a inclusão e a acessibilidade digitais vêm ganhando cada vez mais força nos mais variados campos. E no marketing digital não poderia ser diferente. Afinal, estima-se que no mundo existam 1 bilhão de pessoas com algum tipo de deficiência, segundo a OMS. Só no Brasil, estima-se que tenhamos cerca de 45 milhões de pessoas com as mais variadas deficiências. Entretanto, apenas cerca de 2% dos sites – sejam eles blogs, e-commerces ou mesmo redes sociais – estão atentos à acessibilidade digital. E, com isso, estão perdendo uma boa fatia de mercado.
Os dados são do Censo de 2010: aproximadamente 24% da população tem dificuldades motoras, em enxergar, ouvir, falar ou então algum tipo de deficiência mental e/ou intelectual. Ou seja, atualmente, esse número deve ser ainda maior. E uma vez que pouquíssimos sites e ações de marketing digital são pensados de forma a incluir essas pessoas, há todo um mercado consumidor em potencial sendo deixado de lado pela sua empresa. Mas calma que existem soluções simples para que esse também seja o seu público!
O que é acessibilidade digital
O marketing digital está na raiz de muitas comunicações online: sites, e-mails, redes sociais… E também precisa estar atento à acessibilidade digital. É o chamado marketing inclusivo. Então, falar em acessibilidade digital é falar em meios que tornem as ações de marketing digital (sites, e-commerces, e-mails e posts em redes sociais) acessíveis a todos. Inclusive, às pessoas com deficiência. Tomemos como exemplo um e-commerce que não possua nenhum tipo de ajuste para pessoas com deficiência visual. Só no Brasil estima-se que haja cerca de 35 milhões de cegos e pessoas com baixa visão.
Então se sua loja virtual não está preparada para atender esse público, sua marca tem, automaticamente, 35 milhões de oportunidades de venda a menos que um concorrente que pensa em acessibilidade e inclusão digital. Portanto, toda e qualquer ação voltada para a eliminação de barreiras no meio digital são ações de acessibilidade.
Em 2019, uma pesquisa realizada pela inglesa Click-Away Pound mostrou que 69% dos participantes com alguma deficiência disseram desistir de comprar ou mesmo navegar em alguns sites por causa das barreiras de acessibilidade encontradas. Além disso, 86% declararam que gastariam mais em uma loja virtual caso ela fosse acessível.
E não pense que acessibilidade existe apenas para quem é deficiente de forma permanente. Imagine, por exemplo, uma pessoa que quebrou o braço e o mesmo está imobilizado? Ou alguém que fez uma cirurgia ocular e está com tampão… São situações de deficiência temporária, mas que ainda assim dependem da acessibilidade para poderem consumir seus conteúdos digitais.
Por que tornar seus conteúdos mais acessíveis
Agora que você já entendeu que existe um importante mercado carente de produtos digitais pensados nele, é hora de descobrir como trabalhar para trazer esse público até você. É preciso ter em mente que no marketing inclusivo – e mesmo no tradicional – tudo é importante: a escolha das cores, das letras, o que vai ser dito, as imagens. A grande questão é que geralmente os profissionais do setor não costumam pensar em quem tem deficiência na hora de construir suas personas. É o bom e velho estereótipo preconceituoso enraizado em nossa mente. Tanto é que nem nos damos conta disso. Mas nunca é tarde para mudar. Então basta estar atento e pensar fora da caixa nesse momento.
Para começar, leve em consideração mudanças simples. Já pensou em legendar os vídeos que posta em suas redes sociais? Esse é um ajuste simples, que pode ser feito com basicamente qualquer editor de vídeo, e que já leva acessibilidade a deficientes auditivos. E, de quebra, garante que quem esteja, por exemplo, em um ambiente que não pode fazer barulho, mas que está sem fones de ouvido, também consuma seu conteúdo.
Outro exemplo é o uso das descrições das imagens do site. Todas as imagens do seu site ou loja virtual podem receber uma descrição específica, que diz o que a imagem está mostrando para aqueles que não conseguem enxergar. Essas pessoas geralmente contam com o chamado “Leitor de Tela”, um aplicativo que lê e descreve o que está na tela do celular ou do notebook para ela. E ao passar por imagens que contenham a descrição, esse leitor também “lê a imagem”, ou seja, descreve o que aquela imagem contém e o que ela representa em termos de conteúdo. Inclusive, sites e blogs que utilizam a descrição de imagens são mais bem ranqueados em buscadores como o Google, sabiam?
Já a adaptação para navegar no site pelo teclado, dispensando o uso do mouse, o torna acessível a quem tem problemas motores ou está temporariamente sem poder usar as mãos. Atualmente existem várias tecnologias ligadas à acessibilidade digital e várias outras medidas que podem ser tomadas visando esse público. Então, que tal pensar um pouco sobre o assunto na hora de atualizar seu site ou realizar suas postagens em redes sociais? Pode parecer uma diferença pequena, mas acredite, pode ser o diferencial que faltava na sua marca.